Descoberta

Novo Eu

Eis que surge a uma nova pessoa à sua frente. Trata-se da sua a sua linda imagem refletida no espelho.

Essa nova pessoa já está aprendendo a se valorizar, se amar e se aceitar. Já sabe que é possível ser naturalmente bonita, e que isso pode fazê-la muito mais feliz do que já foi um dia.

Para falar sobre isso cabe muito bem lembrar a metáfora da lagarta que se transforma em borboleta.

A lagarta é um bicho inflamado.

O seu sistema de defesa queima eventuais agressores. Muitas pessoas têm medo das lagartas, não entendem que a natureza as fez como são porque precisam sobreviver.
Muitas também se esquecem que a condição de lagarta é somente uma etapa de sua vida. Que um dia elas vão se encasular, se esconder, para assim se tornarem belas e sutis mariposas e borboletas.

Essa transformação faz parte do seu ciclo de vida do animal.

A lagarta deixa de ser um bicho rasteiro, sempre escondido sob as folhagens, para ganhar asas e liberdade.

Nada agrada mais à vista e prova a existência da leveza do que uma mariposa ou uma borboleta, não é verdade?

 

Metamorfose: transição capilar

É. Mas o que isso tem a ver com transição capilar?

Quando vivenciamos a transição capilar é como se saíssemos do casulo. Deixando o esconderijo que outrora ocultava a nossa real beleza.

Ao longo desse período você passará mais tempo cuidando de si mesma. Isso poderá te exigir momentos de privacidade, que te traz aquela boa solidão.

Boa porque pode servir para que você reflita, pondere, seja amiga de si mesma, mesmo que sejam aqueles 15 minutos em que você aguarda que o seu creme de hidratação aja sozinha no banheiro.

Essa descoberta ou redescoberta pode modificar radicalmente a sua maneira de estar no mundo.

Muitas pessoas que passam pela transição entendem que se tornaram mais autoconfiantes, que elevaram o amor-próprio, e se sentem empoderadas.

Outras entendem que podem servir de inspiração para aquelas pessoas com as quais convive ou cruza pela vida, mostrando que a representatividade é algo que pode se encontrar e construir no nosso dia-a-dia.

É uma verdadeira e profunda transformação.

Mulher em transição

 

Falando nisso, duas amigas com as quais conversamos afirmam com suas próprias palavras o quanto esse processo de transformação as fez ressignificar seu empoderamento pessoal e a entender a relevância representatividade:

“Me sinto maravilhosa, linda, empoderada e muito estilosa”. Evelin D., 29 anos, recreacionista.

“Força, coragem e determinação. Inspirar outras meninas negras não tem preço”. Evy O., 27 anos, pedagoga.

Cada uma deve ter passado por suas descobertas de forma diferente, mas é certo que ambas usaram as suas experiências de forma positiva. Elas se auto afirmam como mulheres fortes e decididas.
Essa força está aí dentro.
Sabendo disso, você pode se tornar a sua própria inspiração.
Pense nisso!

Principais Reacões

Novo Eu

Depois de assumir os cabelos você pode se deparar com as reações mais diversas, vai encontrar parentes e amigos que vão te elogiar e apoiar. Outros que poderão ser preconceituosos ou maldosos.

A professora Ana P. nos disse que teve de lidar com os mais diferentes tipos de reação. Desde pessoas que diziam para ela que o seu cabelo cacheado estava o máximo, até pessoas que faziam comparações desagradáveis.

 

“Às vezes no mesmo dia encontrava com pessoas que diziam que eu tinha ficado muito mais bonita com o cabelo curtinho, depois do BC, pessoas que faziam piadas sem graça, chegando até a tocar no meu cabelo, algo que odeio, fazendo de conta que estava fazendo teste em um microfone. Total falta de ‘semancol’ da parte dessa pessoa ”.

 

 

Nós também perguntamos para a recreacionista Evelyn D. se havia vivenciado reações negativas. Ela infelizmente respondeu que:

“Sim, várias piadinhas tipo: ‘sua chapinha quebrou?’. ‘Nossa você tem um pezinho no afro’”.

 

Discriminação de cabelo crespo

 

Sobre isso a atriz Thammy F. nos contou que passou por reações negativas e no caso dela isso ocorreu dentro de casa.

“Com o fato de eu ter usado turbante virei chacota por estar parecendo uma escrava. E aquelas frases de sempre: seu cabelo é “bucha” […] “duro”, enfim…”.

Como lidar com certos comentários

 

Você deve filtrar aquilo que te faz bem e o que não faz.

Quando os comentários são negativos nem sempre vale a pena reagir pagando na mesma moeda. Há pessoas que sentem certo prazer em desestabilizar os outros. Não entre nessa onda.

A melhor forma de responder é mostrar que você está muito segura da sua escolha. Que não depende da aprovação alheia para decidir sobre o seu próprio corpo ou sua própria aparência.

A pesquisadora e escritora Ana A. compartilha com a gente o que funciona para ela nesse caso:

 

“Tive de aprender a lidar com tudo o que passaram a dizer sobre o meu cabelo. Comecei a aceitar os elogios de bom grado e ignorar os comentários de mal gosto. Cheguei ao extremo de me afastar de algumas pessoas”.

 

Ame seus cachos 

Sabemos que isso é mais fácil no discurso. Mas você precisa pelo menos tentar exercitar mais uma vez a paciência.

A experiência da Ana nos mostra que você pode tentar colocar algumas atitudes em prática.

Mas veja só, nem todo mundo se sente bem afastando-se dos outros. Muitas vezes as pessoas que nos magoam com comentários negativos são próximas e queridas.

Nesse caso é preciso ter jogo de cintura.

Por fim a gente acredita que a melhor maneira de lidar com certos tipos de comentários é ter sabedoria, autoconfiança e amor-próprio.

Se você cultivar verdadeiramente isso não terá dificuldades de superar as críticas negativas.

Lembre-se também de não permitir a negatividade do outro afete a sua vida, especialmente a sua autoestima.

Palavrinhas de apoio

Novo Eu

Novo Eu

Palavrinhas de apoio

 

O seu cabelo está longe de ser um problema, mesmo que você tenha usado a química por muito tempo e só agora esteja reconhecendo que isso não combina contigo.

Tente olhar para trás e veja o caminho que você trilhou, tente perceber o quanto as experiências difíceis te ajudaram a amadurecer, a acreditar no seu potencial, na sua beleza real, enfim, o quanto passou a confiar e a gostar de si mesma.

Nada disso ocorre do dia para a noite, algumas pessoas levam mais tempo que outras para seguir com a transição até o final e para se aceitar como realmente são.

Só tenha a certeza que esse processo evolutivo te trará muitas coisas boas. Nunca permita que as dificuldades de paralisem.

Vá adiante!

No fim das contas você pode servir de referência e inspiração para outras pessoas.

As amigas com as quais conversamos, que já passaram ou estão passando pelo processo, conseguir adquirir uma consciência muito interessante sobre tudo isso que falamos aqui.

Pedimos a elas que deixassem algumas palavras de apoio para que você se sinta apoiada e estimulada a se aceitar.

Veja só que amores elas são:

 

“Sabe aquelas fotos de quando éramos crianças que odiávamos ver por conta do cabelo crespo? Olha pra elas agora, perceba que você não as odeia mais, muito pelo contrário! Você adoraria ter aquele cabelinho novamente!

Olhe-se no espelho, converse com você mesmo! Se preciso, trave uma batalha interior e decida se amar pelo que você é! E ser você mesmo é uma das melhores formas de conseguir!

Leia, informe-se, busque alternativas pra voltar ao seu cabelo natural. Converse com as amigas que passaram ou passam pelo mesmo e blinde-se contra quaisquer desânimos (sejam eles provocados pelos outros ou por você mesmo)!

Empodere-se! Liberte-se! Acredite que é forte!

O tempo passa de forma relativa e ele vai parecer andar muito devagar enquanto você estiver em transição. Drible-o. E siga em frente!

O resultado vai ser a sua liberdade e esta conta só você pode pagar!”. Thais Sant’anna, 32 anos, professora.

 

Palavras de apoio na transição

 

Tenha fé, o cabelo começa horrível mas depois ele fica muito mais lindo e fácil de arrumar. Adriana R, 23 anos, estudante de relações internacionais.

 

Eu diria que tudo tem seu tempo, eu compreendi o meu momento de começar, entendi a minha necessidade, mas nem com todo mundo é assim. Eu diria também para ter muita força de vontade e paciência, paciência é a palavra, não será fácil, mas valerá a pena. Não ligue para o que os outros vão dizer do seu cabelo, se você olhar para o espelho e se reconhecer e se sentir bem, é o que importa. Confie na sua autoestima, busque referências, temos muitas fazendo isso também, isso me deu muito força para encarar o julgamento dos outros. Viva o dia, não pense no tempo do processo (que aliás pode demorar dependendo do cabelo), pense que a cada dia será uma batalha vencida. Thammy F., 23 anos, atriz.

 

“Força, coragem e determinação. Inspirar outras meninas negras não tem preço”. Evy O, 27 anos, pedagoga.

Alguns depoimentos

Novo Eu

Muitos comentários maldosos estão baseados na concepção de que estar de acordo com o padrão de beleza exige que a pessoa se embranqueça, tenha cabelos lisos, seja jovem e sempre magra.

Isso quer dizer que as questões ligadas à beleza também estão ligadas a fatores mais profundos como a tensão racial.

 

Para te mostrar o quanto ainda precisamos avançar neste quesito, selecionamos alguns comentários das meninas com quem conversamos:

“As pessoas tendem a dizer que “estamos lindas com nossos cabelos naturais”. Eu vejo sinceridade em muitas, mas medo de se passarem por racistas de outras. Não sofri preconceito, mas vejo que nem todos os olhares são realmente de aprovação”. Thaís Sant’anna, 32 anos, professora

“Sempre sofri racismo […]. Mas depois de que assumi o crespo incentivei muita gente também. Isso equilibra” Evy O. 27 anos, professora

 

“Gente para desmerecer os nossos esforços de nos tornarmos mais felizes existem aos montes. Muita gente não calcula os impactos que as palavras podem ter antes de proferí-las. Isso é muito triste, sim. Mas também não pode servir para acreditarmos que o mundo está perdido e as pessoas não têm mais jeito. Podemos e devemos ser melhores do que isso”. Ana P. 33 anos, professora

 

“Por muito tempo ouvi que por ser branca deveria ter cabelo liso, combinaria mais”. Adriana R, 23 anos, estudante de relações internacionais.

 

 

Cada uma dessas mulheres passou por experiências relacionadas a discriminação. E mesmo que não diretamente entraram em contato com as tensões raciais que permeiam o padrão dominante de beleza.

Resolvemos colocá-los aqui porque nos solidarizamos a estes depoimentos e repudiamos todas as formas de preconceito.

Nossas cacheadas e crespas merecem respeito, apreço e admiração!

Principais Reacões

Novo Eu

Depois de assumir os cabelos você pode se deparar com as reações mais diversas, vai encontrar parentes e amigos que vão te elogiar e apoiar. Outros que poderão ser preconceituosos ou maldosos.

A professora Ana P. nos disse que teve de lidar com os mais diferentes tipos de reação. Desde pessoas que diziam para ela que o seu cabelo cacheado estava o máximo, até pessoas que faziam comparações desagradáveis.

 

“Às vezes no mesmo dia encontrava com pessoas que diziam que eu tinha ficado muito mais bonita com o cabelo curtinho depois do BC e pessoas que faziam piadas sem graça, chegando até a tocar no meu cabelo, algo que odeio, fazendo de conta que estava fazendo teste em um microfone. Total falta de ‘semancol’ da parte dessa pessoa ”.

Nós também perguntamos para a recreacionista Evelyn D. se havia vivenciado reações negativas. Ela infelizmente respondeu que:

“Sim, várias piadinhas tipo: ‘sua chapinha quebrou?’. ‘Nossa você tem um pezinho no afro’”.

Sobre isso a atriz Thammy F. nos contou que passou por reações negativas e no caso dela isso ocorreu dentro de casa.

“Com o fato de eu ter usado turbante virei chacota por estar parecendo uma escrava. E aquelas frases de sempre: seu cabelo é “bucha” […] “duro”, enfim…”.

Descoberta

Novo Eu

Descoberta

 

Eis que surge a uma nova pessoa à sua frente. Trata-se da sua a sua linda imagem refletida no espelho.

Essa nova pessoa já está aprendendo a se valorizar, se amar e se aceitar. Já sabe que é possível ser naturalmente bonita, e que isso pode fazê-la muito mais feliz do que já foi um dia.

Para falar sobre isso cabe muito bem lembrar a metáfora da lagarta que se transforma em borboleta.

A lagarta é um bicho inflamado.

O seu sistema de defesa queima eventuais agressores. Muitas pessoas têm medo das lagartas, não entendem que a natureza as fez como são porque precisam sobreviver.

Muitas também se esquecem que a condição de lagarta é somente uma etapa de sua vida. Que um dia elas vão se encasular, se esconder, para assim se tornarem belas e sutis mariposas e borboletas.

Essa transformação faz parte do seu ciclo de vida do animal.

A lagarta deixa de ser um bicho rasteiro, sempre escondido sob as folhagens, para ganhar asas e liberdade.

Nada agrada mais à vista e prova a existência da leveza do que uma mariposa ou uma borboleta, não é verdade?

 

 

É. Mas o que isso tem a ver com transição capilar?

 

Quando vivenciamos a transição capilar é como se saíssemos do casulo. Deixando o esconderijo que outrora ocultava a nossa real beleza.

Ao longo desse período você passará mais tempo cuidando de si mesma. Isso poderá te exigir momentos de privacidade, que te traz aquela boa solidão.

Boa porque pode servir para que você reflita, pondere, seja amiga de si mesma, mesmo que sejam aqueles 15 minutos em que você aguarda que o seu creme de hidratação aja sozinha no banheiro.

Essa descoberta ou redescoberta pode modificar radicalmente a sua maneira de estar no mundo.

Muitas pessoas que passam pela transição entendem que se tornaram mais autoconfiantes, que elevaram o amor-próprio, e se sentem empoderadas.

Outras entendem que podem servir de inspiração para aquelas pessoas com as quais convive ou cruza pela vida, mostrando que a representatividade é algo que pode se encontrar e construir no nosso dia-a-dia.

É uma verdadeira e profunda transformação.

Falando nisso, duas amigas com as quais conversamos afirmam com suas próprias palavras o quanto esse processo de transformação as fez ressignificar seu empoderamento pessoal e a entender a relevância representatividade:

 

Me sinto maravilhosa, linda, empoderada e muito estilosa”. Evelin D., 29 anos, recreacionista.

 

“Força, coragem e determinação. Inspirar outras meninas negras não tem preço”. Evy O., 27 anos, pedagoga. 

 

Cada uma deve ter passado por suas descobertas de forma diferente, mas é certo que ambas usaram as suas experiências de forma positiva. Elas se auto afirmam como mulheres fortes e decididas.

Essa força está aí dentro.

Sabendo disso, você pode se tornar a sua própria inspiração.

Pense nisso!