Relacionamento

Decisão

Relacionamento

Se nas relações familiares, onde as pessoas são sangue do nosso sangue, ocorrem problemas, imagine nas relações afetivas, em que os padrões de beleza social e culturalmente impostos influenciam fortemente a escolha de uma pessoa ideal.

Muitas pessoas, que usaram química durante muito tempo, quando decidem se assumir, enfrentam resistência dos seus parceiros, especialmente as mulheres.

A nossa ideia é te ajudar a refletir sobre como lidar com isso, evitando consequências drásticas como o término de uma relação.

 

Por outro lado, queremos também que você entenda que se uma pessoa não te aceita de jeito nenhum da forma exata como você é, talvez essa pessoa não seja digna do seu carinho, do seu companheirismo e do seu amor, muito menos do seu tempo.

A pesquisadora e escritora Ana A., que compartilhou com a gente boa parte de sua trajetória, disse que na adolescência, namorou um garoto que batia na tecla do alisamento sempre com ela, eles eram um casal inter-racial, ela negra e ele branco.

Olhando hoje para essa parte de sua história, a Ana entende o quanto isso foi traumático:

 

“Muitas vezes me submeti ao que ele queria. Aceitei até ser quem eu não era, mas é claro que eu não poderia corresponder ao que estava esperando. Eu não era o tipo de mulher que ele tinha construído na mente para ser a “ideal”, então ele terminou comigo, de repente. Foi muito grosseiro. E logo estava com outra. Demorei muito tempo para me recuperar do baque, porque passamos um bom tempo juntos. Mas apesar de tudo essa experiência foi boa para eu entender o tipo de companhia que queria para mim.

 

 

 

 

Já a sua xará, a Ana P. teve apoio do companheiro:

 

Ele é um cara muito legal. Esteve ao meu lado em mais de um processo de transição. Sempre disse que os meus cachos eram lindos. Que eu ficava artificial usando química e escovando. Isso fez muita diferença para eu me assumisse definitivamente como sou. Apoio e cumplicidade fazem toda diferença numa relação”.

 

Nas relações afetivas, sempre esperamos receber amor e compreensão na mesma medida em que oferecemos. Mas precisamos ser realistas, porque para muitas pessoas é raro contar com isso.

As mulheres são sempre as que mais sofrem, porque, além de lidar com a falta de compreensão ainda pode ter que encarar comparações sexistas de seus companheiros, que acreditam que elas devem se cuidar para parecer com aquela estrela da TV, mesmo que isso não seja concretamente possível.

Antes de tudo, é preciso gerar amor-próprio. De nada adianta amar ao outro e renunciar a si mesma. Na dúvida, escolha sempre você é aquilo que te faz mais feliz. Não estamos no mundo para agradar ninguém. Só faremos isso se acharmos que é necessário, merecido, justo, etc.

Amor e respeito são preciosos demais para a gente desperdiçar com quem não vale a pena.