Andresa Francisco da Silva

Como passar pela transição capilar

“Aceitação é tudo!”

Desde uns 10 anos de idade, eu usava quí­mica no cabelo. Eu era insegura com a minha textura, até que comecei a assistir ví­deos no Youtube e decidi assumir meu cabelo. Minha última progressiva foi em 06/02/2016. No iní­cio, tiveram pessoas que disseram que eu não ia conseguir e que era só moda, mas a minha família me apoiou.

No começo, eu não sabia bem o que fazer, prendia sempre em coques ou rabo de cavalo, até que conheci as texturizações, Bigudin e Coquinhos, e passei a usar meu cabelo texturizado. Investi também em tiaras que ajudam a disfarçar a diferença de texturas.

Não tem nada mais satisfatório do que olhar seu cabelo se desenvolvendo saudável e livre das agressões que sofria antes. A principal sensação é de liberdade, porque na minha vida eu não tinha lembranças de achar meu cabelo natural bonito, mas quando os vi crescendo, vi que são lindos e aprendi a valorizá-los.

Depois de 10 meses em transição, resolvi me libertar de vez de toda a quí­mica e danos que haviam em meus fios, então, com a ajuda da minha mãe e das minhas irmãs, cortei todas as pontas lisas: fiz o meu BC. Recebi alguns olhares tortos, rejeitando meu novo corte, mas a maioria das pessoas apoiou. Quando você se sente bem consigo mesmo, você transparece isso para as pessoas. Aceitação é tudo!

Com certeza, não foi só o cabelo que mudou, foi minha vida, a forma de me ver e de ver o mundo. Principalmente depois do BC, a minha forma de pensar mudou muito. Amo meu cabelo do jeito que ele é, independente da opinião das pessoas. Aliás, das outras pessoas, o que eu mais recebo são elogios.

Tem dias em que meu cabelo não está tão bem, então, faço um Afro Puff. Mesmo nesses dias, tenho a certeza de que passar pela transição foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, a minha autoconfiança e minha autoestima melhoraram muito. Viva a aceitação!